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Juventude promove Encontro de Hip Hop e fortalece o movimento na região norte da Bahia



Dança, música e um público animado marcaram a realização do IV Encontro da Cultura Hip Hop de Senhor do Bonfim (EH2B), com o tema "Histórias e Identidades”, realizado no último sábado (08), na Praça Nova do Congresso, em Senhor do Bonfim. O evento reuniu grupos do movimento Hip Hop de diferentes territórios da Bahia, e mostrou a riqueza dessa produção cultural que através da voz, das batidas e do corpo transmitem mensagens importantes para a sociedade. 


O Encontro contou com apresentações de grupos, duo e solo, que empolgaram o público, a exemplo do Thress MC, 23 anos, de Juazeiro. O jovem que iniciou no Rap em março de 2023, e já se destaca na cena musical, expos composições que abordam temáticas sociais como, violência contra a mulher, desafios da maternidade solo e desigualdade.


Durante a apresentação do rap “O Cravo e a Rosa”, Thress agitou a plateia que cantou junto “Eu tô metendo a colher, E não passarão, A rosa machucada, Vai juntar a multidão”. Percebendo essa conexão com a sua composição, o jovem MC fala sobre o sentimento deste momento “Ah, eu me sinto muito feliz, realizado, porque o artista, ele quer tocar alguém, ele quer cativar as pessoas, ele quer trazer a arte dele de uma forma tocante, de uma forma que realmente chega aos corações. Eu acho que, primeiramente, essa é a função da arte, essa é a função das letras, das letras que falam sobre sentimento, que falam sobre vivência, que falam sobre conscientização”.


A jovem dançarina Beatriz Matos, 21 anos, de Petrolina, mais conhecida como Black.Bea, também se apresentou no Encontro. Ela destaca que não acontecem tantos eventos de Hip Hop, então, percebeu no EH2B, a oportunidade de união dos talentos desse movimento, e decidiu mostrar um pouco do estilo de dança Waacking, pouco visto na região ainda, “Então eu resolvi produzir algum material para participar e mostrar o que eu gosto bastante de fazer no meu dia a dia”.


O EH2B promoveu também oficinas de Rap e Breaking para jovens da região durante o mês de maio e junho. O resultado desse trabalho foi apresentado durante o Encontro. A jovem Katia Ferreira da Silva, 20 anos, natural de Senhor do Bonfim, participou das duas e pôde compartilhar com o público um pouco da sua aprendizagem. Na oficina de rap, ela produziu junto a outro participante e o professor Rjó MC, uma letra abordando sobre a sociedade patriarcal.


Kátia conta por que escolheu essa temática “Eu acho que na nossa sociedade de hoje em dia é muito importante a gente bater sempre na tecla dos direitos das mulheres, porque a gente sabe como é. Eu como mulher, sei como é viver nessa sociedade. E a gente está aqui para tentar quebrar o tabu, tentar achar o nosso lugar na sociedade”.


Empolgada com a experiência, Kátia expõe: “O curso de Rap foi incrível, foi muito bem trabalhado, a energia do professor é incrível. Participar dele foi uma experiência única, foi muito gostoso de participar e ter visto o final da amostra foi muito gratificante, a gente construir a música juntos, gravar e tudo mais é muito gratificante”.


O resultado da oficina de Breaking foi a apresentação de uma quadrilha junina de uma forma diferente. O facilitador desta oficina e integrante do NEDU, Valter Ferreira, destaca que durante as aulas “O grupo conseguiu assimilar os movimentos e conseguimos montar uma coreografia muito boa trabalhando com a temática do forró também. Então, juntamos o Breaking e o forró para trazer um pouco da nossa identidade cultural e regional que é muito forte”. 


O artista e entusiasta da cultura Hip Hop, João Felipe Rodrigues, 20 anos, mais conhecido como Felipinho, natural de Senhor do Bonfim, participa do EH2B desde a sua primeira edição. O jovem destaca a importância de iniciativas como essa na sua cidade. “Para mim é muito importante, não só pelo fato de eu fazer parte, mas pelo fato de outras pessoas que não fazem parte, conhecer o que a gente tem e mostrar que a gente tem. Bonfim não é só sertanejo, Bonfim não é só forró. Tem o hip hop também, a gente tem o rap, tem o break, tem o DJ, tem os MCs também e tem outras vertentes”, reforça Felipinho. 


Animado com a concretização do IV EH2B, o integrante do NEDU e produtor cultural Murilo Aguiar, 25 anos, destaca “O que a gente realizou aqui na cidade de Senhor do Bonfim foi algo inédito, histórico, e algo que a gente traz como um mecanismo de transformação social muito positivo aqui pra região do Piemonte Norte do Itapicuru”.


O movimento Hip Hop, mais visibilizado nas cidades metropolitanas, precisa ser mais impulsionado nos municípios do interior. Partindo dessa necessidade, eventos como o EH2B se mostram como uma oportunidade para outras pessoas terem acesso a diferentes estilos de música e dança que estão sendo produzidos pela juventude, com teor crítico e reflexivo sobre questões culturais, sociais, políticas e econômicas tão necessárias de serem abordadas nas diversas linguagens. 


O IV EH2B foi uma realização da Produtora de Artes Integradas do Núcleo de Estudos em Danças Urbanas do Norte da Bahia (NEDU), com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura do Governo Federal. 


Lorena Simas

Assessora de Imprensa do VI EH2B

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